Última atualização em Junho 12, 2022
Continuava a existir a possibilidade de revoltas internas. A solução consistindo em instalar, a título permanente, tropas de ocupação no coração das províncias foi raramente adotada.
Os imperadores contaram sobretudo com as tropas estacionadas nas fronteiras e aptas a voltarem-se, em caso de necessidade, contra o interior da região considerada.
A ordem Romana e a paz armada
A paz romana, organizada por Augusto e mantida, durante dois séculos pelos seus sucessores, não foi uma paz calma, fraca ou destituída de energia. Romana, foi-o, na verdade: concebida por Roma à sua maneira, imposta e fiscalizada por Roma; esta, de modo a fazê-la reinar, não se esqueceu de conservar os meios que lhe permitissem recorrer à força, em caso de necessidade.
Se a paz interna não foi absoluta, a paz externa ainda o foi menos. Com muita frequência realizavam-se guerras cujo objetivo era a conquista. Umas inspiraram-se num imperialismo caracterizado, desejoso de anexar novos territórios a explorar.
Outras guerras eram destinadas apenas a facilitar, contra um perigo reconhecido ou eventual, a organização local ou geral da defesa do Império. O seu objetivo era infligir uma lição a vizinhos turbulentos ou, então, reforçar uma fronteira, por meio da criação duma zona protetora.
Assim, imperfeita, ameaçada e resolvida de boa vontade (por ser Romana e Augusta) a mostrar-se ameaçadora de modo a fazer-se respeitar, a paz só podia ser, nos seus melhores momentos, uma paz armada.
A paz romana era, naturalmente, uma paz que protegia a civilização que Roma reivindicava, isto é, a seus olhos, uma civilização superior, e mesmo a civilização propriamente dita.
André Aymard e Jeannine Auboyer, Roma e o seu Império in História Geral das Civilizações