…e então foi Híroxima ! Na manhã de 6 de Agosto (de 1945) a primeira bomba atómica é lançada por um avião americano sobre a cidade japonesa de Hiroxima.
Suspensa de um pára-quedas, explode a 600 metros de altitude.(…) Durante uma fracção de segundo, no seu centro, o calor liberto atinge cem milhões de graus centígrados. Tudo arde no raio de um quilómetro, os metais gaseificam-se, as construções caem em poeira, os seres humanos são reduzidos a cinzas. Depôs uma testemunha:-«De repente, um deslumbrante luar rosa pálido apareceu no céu, acompanhado dum tremor sobrenatural que foi quase imediatamente seguido duma vaga de calor sufocante e dum vento que varria tudo na sua passagem. Em alguns segundos, os milhares de pessoas que estavam nas ruas e nos jardins do centro, foram incinerados. Muitas foram mortas imediatamente pelo calor dessecante… Tudo que se encontrava de pé na zona de deflagração – paredes, casas, fábricas e outros edifícios – foi aniquilado; os seus restos turbilhonaram, projectados para o céu… Os comboios foram levantados dos carris como se fossem brinquedos. Os cavalos, os cães e o gado sofreram a mesma sorte que os humanos. Tudo que vivia foi petrificado numa atitude de sofrimento indescritível.
A própria vegetação não foi poupada. As árvores desapareceram nas chamas…, a erva ardeu no solo como palha seca. Para além da zona da morte total…, as casas desmoronaram-se num turbilhão de vigas, de tijolos, de barrotes. Até 5 quilómetros do centro da explosão, as casas construídas de materiais ligeiros foram achatadas como castelos de cartas. Os que estavam no interior foram mortos ou feridos. Os que conseguiram safar-se por milagre encontraram-se cercados por uma cortina de chamas. As raras pessoas que Conseguiram abrigar-se morreram geralmente 20 ou 30 dias depois sob a acção retardada dos mortais raios gama… À noite, o fogo começou a baixar, depois extinguiu-se. Não havia mais nada para queimar. Hiroxima tinha deixado de existir»… O número total de mortos pode calcular-se em 100000 pessoas.
Grimberg, Carl – Da falência da paz à conquista do espaço