Última atualização em Junho 12, 2022
Veneza, virada desde o século XI para o comércio do Oriente, não se interessa muito pelas rotas marítimas atlânticas. O essencial do comércio de Portugal com o Mediterrâneo fazia-se através dos Genoveses e dos Florentinos.
Só nos finais do século XIV é que uma das poucas frotas venezianas que se dirige ao ocidente toca o porto de Lisboa. Durante o século XV as carreiras tornam-se regulares, mas as escalas em Lisboa são sobretudo técnicas.
Os Venezianos não participam no tráfico do açúcar atlântico e não se interessam pelo ouro africano. Pelo contrário, a atividade marítima e dos Portugueses no Mediterrâneo e no Adriático, ligada ao tráfico do açúcar, ameaça a supremacia veneziana, o que torna as duas nações rivais.
Esta rivalidade acentua-se muito mais quando é o tráfico da pimenta que entra em jogo.
De facto, a Rota do Cabo sem acabar completamente com o comércio tradicional da pimenta feita através de Alexandria, vem provocar uma grave crise no mercado desta especiaria, em Veneza.
Esta crise só é superada no último quartel do século XVI, quando falha definitivamente o esforço militar feito pelos portugueses para bloquear as rotas tradicionais do comércio das especiarias orientais.
Adaptado de Serrão, Joel – Dicionário de História de Portugal