Última atualização em Junho 12, 2022
Existem contradições quanto à natureza das desigualdades que convém considerar para caracterizar a estratificação social. As camadas naturais fundadas na diferença de sexo ou de idade manifestam-se numa hierarquia de posições individuais.
A diferenciação social
Situando os homens em relação às mulheres cada um destes, no seu grupo, conforme a idade. Estas desigualdades primárias determinam já privilégios e obrigações. Elas complicam-se quando intervêm relações definidas pelo parentesco e descendência.
As unidades sociais constituídas em função da descendência não são consideradas iguais e equivalentes;
Inscrevem-se numa ordem hierárquica de grupo; implicam estatutos diferentes e uma desigualdade na participação no poder.
O princípio dominante que fundamenta essa ordem é o da primogenitura e a proximidade genealógica: o grupo de descendência mais próxima do antepassado comum ou do fundador ocupa uma posição superior, detém o poder político, atribui o poder ao membro mais velho da geração mais antiga.
Esta hierarquia justifica-se pela referência ao mito: os antepassados de princípio eram assimilados aos deuses ou aos heróis, ou considerados como os seus companheiros.
Estas formas elementares de estratificação social ordenando os clãs ou as linhagens e as classes segundo a idade nunca serão abolidas.
Georges Balandier, La Stratification Dans les Sociétés Primitives
et l’Anthropologie Politique